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Foto do escritorAline Mesquita

Minha primeira vez... na dança do ventre

Atualizado: 25 de out. de 2020

“A primeira vez a gente nunca esquece”. Não é assim que dizem? Se for verdade, acho que não é necessariamente pelos melhores motivos. Mas tudo bem! Na primeira vez a gente é inexperiente, pode ficar nervosa, pode ser um pouco desajeitada; é normal lembrar de tudo isso sem romantismo e muitas vezes como algo cômico. Então é assim, meio sem jeito, meio sem saber o que estou fazendo, que escrevo neste blog pela primeira vez. E o tema deste primeiro post não poderia ser outro: minha primeira apresentação de dança do ventre.


Aline Mesquita com largo sorriso no rosto. Ela está com figurino preto de dança do ventre, um enfeite dourado na cabeça e grandes brincos prateados detalhados como se fossem folhas; o cabelo parece balançar com o vento. Ao fundo uma porta vermelha com detalhes coloridos em volta.
Essa é a Aline Mesquita de 2020, descontraída, rindo do seu próprio passado.

E lá se vão... alguns anos. Não vem ao caso quantos. Mas eu comecei a dançar com 11 anos, então devia ter entre 11 e 12 anos de idade, portanto na flor de uma pré-adolescência serelepe e dançante. A apresentação foi em um tradicional clube de Porto Alegre; o evento fazia parte da semana de comemorações de aniversário desse clube. Eu ia me apresentar em um grupo com uma música de dança do ventre moderna e cantada. Se eu me preparei para a apresentação? Isso eu não lembro bem, mas acho que sim; era uma criança cheia de energia, não tinha problemas para aprender os passos e decorar. Aparentemente, meu problema era outro e vocês já vão entender porque. Contudo, tenho uma vaga lembrança de que esses convites para dançar apareciam de repente e em lugares completamente aleatórios; as coisas não eram lá muito bem organizadas. Vai vendo! Então meu palpite é que não tivemos muito tempo de preparação. Mas como eu disse, isso não importava tanto.


Vida que segue e vamos embora, porque apesar de tudo é empolgante, não é mesmo? Era a minha primeira vez! Minha estreia como bailarina, meu debut na dança do ventre. Chega o dia da apresentação, já no local do evento, eu com aquela energia infantil, querendo brilhar, cheia de Shakira e O Clone dentro de mim, querendo colocar aquilo tudo para fora e finalmente estrear a minha roupa de dança e... ESQUECI A SAIA! Minha deusa! Eu esqueci a saia! Como eu consegui esquecer a saia? Como uma criança serelepe, cheia de energia, inexperiente e sem responsabilidade nenhuma (afinal era uma criança) pode esquecer a saia no dia da sua primeira apresentação de dança do ventre? E eu querendo falar da (des)organização de seja lá quem for, que os eventos brotavam do chão de repente... E de repente eu não tenho uma saia. Devo ter confundido a saia com o véu, porque eles formavam um conjunto e eram da mesma cor. E tinha um véu na minha bolsa, embora a minha coreografia não tivesse véu. E sabe o que tinha na coreografia que não tinha na minha bolsa? Uma saia! então, sim, eu definitivamente confundi as coisas.


Mas e agora, o que eu ia fazer? Eu não podia abandonar tudo e não dava pra sair correndo de lá e voltar pra pegar a saia. A gente não tinha carro e não ia ser tão rápido para voltar. Naquela época não existia uber; aliás, não existia nem smartphone, mal existia internet e acho que não existia também a 3ª Perimetral (avenida que atravessa a cidade ligando a zona norte à zona sul). Felizmente, o meu irmão mais velho estava presente e então coube a ele o 13º trabalho de Hércules: resgatar a saia esquecida em tempo recorde, entregando-a a tempo para o nosso “ritual”. Mas ele conseguiria chegar a tempo? E se não chegasse? Gente, eu só queria dançar!


Enquanto meu irmão enfrentava a sua jornada do herói, eu já estava pensando o que eu ia fazer se ele não chegasse a tempo, porque eu estava determinada a dançar de qualquer jeito, era a minha primeira apresentação afinal. Você conhece alguém que perdeu a sua própria primeira apresentação de dança do ventre? Não? Pois é, eu não podia ser a primeira a passar por esse fiasco. E eis que no meio daquela tensão toda eu ouço tocar a música da coreografia do meu grupo. Pensei: É a minha vez! Não tem jeito, vou amarrar o véu na cintura e usar ele como saia. Mas o véu não era meio transparente? Era! Mas a vontade de brilhar dentro de mim estava falando mais alto... Azar! E lá vou eu correndo, querendo invadir o palco e... alarme falso! Olha as ideias! Claro que ainda não era a minha vez. Coisa de guria nova, inexperiente; eles estavam só testando o som. Um teste dos técnicos com o som e um teste da vida comigo. Mas que fique claro que se fosse valendo eu ia entrar mesmo!


Felizmente deu tempo. Meu irmão completou a jornada e eu recuperei a saia e a minha sanidade de criança. Depois desse susto foi tudo tranquilo e correu tudo bem na apresentação. E é isso! Essa foi a história, um pouco inusitada, da minha primeira vez na dança do ventre. E nunca mais esqueci a saia antes de uma apresentação de dança. O bom de lembrar dessa história é que além da parte cômica (e nervosa), há recordações que eu guardo com carinho, como por exemplo, o fato de que minha primeira apresentação foi junto com a minha mãe; isso mesmo, nós dançamos aquela coreografia juntas. E além do meu irmão, que salvou o dia, mais duas pessoas foram nos prestigiar, minha avó e minha tia avó. Achei as fotos daquele dia para colocar aqui no post.


a jovem e iniciante bailarina de dança do ventre Aline Mesquita junto com sua mãe no dia de sua primeira apresentação. ambas estão com um braço para cima demonstrando alegria ao posar para a foto
Mamis e eu. Uhuul!

a pequena Aline Mesquita iniciante com seu figurino verde e abraçada na sua avó e tia avó
Com minha avó e tia avó, lindas! Detalhe para o meu cabelo enroladinho rs

Se você chegou até aqui, muito obrigada! Espero que tenha gostado da minha história. E você? Como foi a experiência da sua primeira apresentação de dança do ventre? Escreva aqui nos comentários. Ou então faça um post contando toda a sua história e me marca lá! Até mais! ;)

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1 Comment


alicerockenbach45
Jun 26, 2020

Adorei, faço ideia o nervosismo.

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