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  • Foto do escritorAline Mesquita

Ensaio pin-up

Quem me conhece sabe o quanto eu gosto e sou influenciada pela chamada Era de Ouro da dança do ventre no Egito. Já fiz alguns vídeos falando sobre as bailarinas inspiradoras que ficaram famosas nesse período e também já fiz algumas apresentações homenageando essa era e suas divas da dança. Contudo, para além da admiração pelas artistas, por sua técnica e interpretação na dança oriental, eu ainda sinto uma atração pela estética desse período considerado clássico. O post de hoje tem a ver com isso, um pequeno ensaio fotográfico para reviver um período do passado através da sua estética. E quem me segue nas redes sociais, provavelmente já viu esse ensaio, mas aqui no blog temos espaço para contextualizar melhor e dar mais detalhes sobre ele.

Aline Mesquita dançando em homenagem à era de ouro da dança do ventre, usando um figurino preto com detalhes dourados e um turbante na cabeça. A foto passou por uma manipulação para parecer uma pintura antiga.
Aline Mesquita em: Vintage Bellydance, uma homenagem à Era de Ouro da Dança do Ventre

Uma das coisas que o isolamento social, devido à pandemia de covid-19 nos “deu” foi criatividade. Já falei aqui no post ‘Fazendo Arte em Casa’ sobre os trabalhos artísticos desenvolvidos nesse período e nesse novo espaço cênico que é a nossa própria casa, que resultaram em vídeos legais com diferentes performances de dança do ventre e utilizando diferentes recursos que a linguagem de vídeo possibilita (podem conferir aqui no site e no meu canal no YouTube). Mas e as fotos? Quem não viu fotos de pessoas “imitando” obras de arte famosas? Se você ainda não viu, dá uma conferida nesses posts aqui:


do lado esquerdo a famosa pintura de Leonardo Da Vinci, A Monalisa; do lado direito um retrato de uma mulher em uma foto que imita a pintura. Com maquiagem, figurino, boa iluminação e uma interpretação com gestual e expressão muito próximos da original, a mulher conseguiu um resultado bastante convincente de sua própria versão da Monalisa.
A Monalisa, famosa pintura de Da Vinci, e sua "imitação" caseira, bem convincente

Por aqui nós também fizemos algo nessa linha, mas escolhemos o estilo retrô/vintage (que eu adoro) para fazer uma releitura das famosas Pin-ups, com dança do ventre. Mas antes de mostrarmos os resultados, vamos dar uma contextualizada.



Vintage ou Retrô

De acordo com o site Origem da Palavra, Vintage é uma palavra inglesa do século XV relacionada ao vinho, que significa “colheita de uma vinha” (a vinha seria a plantação de uvas). No século XVIII passou a significar “ano em que foi feito um vinho”. Em linguagem geral, hoje essa palavra tem o sentido de algo que é antigo e bom; resumidamente, um clássico. Na moda, de acordo com a Wikipédia, ela se refere a uma corrente que busca recuperar modos de vestir de períodos passados, sobretudo das décadas de 1920 a 1970 (justamente o período que compreende a massificação das pin-ups). A definição da moda vintage seria um assunto ainda em discussão, pois se por um lado alguns estilos buscam compor um figurino inspirado em uma década passada com peças autênticas, por outro lado, há estilos que buscam isso sem necessariamente usar peças produzidas no passado, o que acaba por confundir com o estilo retrô. Segundo a wiki, o retrô seria uma reprodução de estilos antigos com confecção atual e, dentro deste conceito, entrariam não apenas reproduções fiéis de peças do passado, mas também recriações livres inspiradas nessas peças antigas.

Pin-up

De acordo com a Wikipédia, Pin-up é o nome dado a uma peça gráfica sensual, geralmente composta por ilustração a aquarela baseada em uma fotografia. As mulheres consideradas pin-ups são geralmente modelos ou atrizes. O termo, que foi documentado pela primeira vez na década de 1940, também pode se referir a desenhos, pinturas e outras ilustrações por imitação a estas fotos, embora o uso da expressão possa ser verificado antes, ainda no século XIX. As imagens podiam ser recortadas de revistas, jornais, cartões postais etc. Essas fotos apareciam com frequência em calendários, que eram feitos para serem pendurados, por isso o termo “pin-up”. Mais tarde, pôsters de “pin-up girls” passaram a ser produzidos em escala industrial massiva e consequentemente se tornar um elemento atrativo da cultura pop. Esse gênero deu origem a artistas especializados, tais como Gil Elvgren, Alberto Vargas, George Petty, entre outros. Para o nosso ensaio de pin-up e dança do ventre, nos baseamos em obras de Gil Elvgren, que acredito seja o mais popular de todos. Elvgren estudou no Instituto de Artes de Minneapolis e também na Academia Americana de Arte, de Chicago, onde se formou na década de 1920. Ele trabalhou em uma das mais prestigiosas agências de propaganda de Chicago. Na década de 1930, começou a pintar seus calendários pin-ups para uma grande empresa, produzindo dezenas de pinturas. Muitos de seus trabalhos foram reproduzidos em pinturas de aviões da força aérea durante a segunda guerra. Ele ainda pintaria muitas pin-ups até a década de 1970. Hoje em dia a arte pin-up, pelo seu forte apelo na cultura pop, é cultuada por muitas pessoas; diversas modelos e artistas famosas utilizam a moda vintage ou retrô justamente para reproduzir o estilo das pin-ups.


algumas artes das pin-ups de Gil Elvgren e as respectivas fotos que as originaram

Ensaio

Um dos desafios desse ensaio, é que uma imagem pin-up original é absolutamente anacrônica hoje em dia. As mulheres eram muitas vezes retratadas com elementos para identifica-las como “recatadas e do lar” e em posições ou com um gestual excessivamente erotizado, o que as colocava numa posição de submissão provavelmente para satisfazer fetiches masculinos. Nosso trabalho, portanto, foi escolher imagens com a sensualidade das pin-ups e fazer a releitura dessas imagens com a classe e a elegância de uma bailarina de dança oriental, resultando em um trabalho com mais dignidade e autonomia para a imagem da mulher no século XXI e ao mesmo tempo bastante estiloso para uma bailarina de dança do ventre.

Escolhemos 4 imagens de Gil Elvgren que consideramos boas para adaptação, levando em consideração as poses, figurinos etc. Fotogramos as 4 poses (em casa, é claro, como mandam os protocolos de isolamento) e depois disso, cada foto passa por um tratamento através de um software de manipulação de imagens, utilizando diversas técnicas para que a imagem final tenha o aspecto de uma pintura com as cores e a textura de imagens antigas, tal qual as pinturas pin-ups de Gil Elvgren. O processo e o resultado final desse trabalho você confere logo abaixo:


Primeiro, escolhemos as 4 artes pin-up originais como referência:

as pin-ups originais de Gil Elvgren, referência para o nosso trabalho

Depois, fizemos as fotos em casa, com os elementos de dança do ventre

As 4 poses, fazendo a releitura das pin-ups de Elvgren

Foram vários cliques em cada uma das poses para chegar às 4 fotos acima. Depois de escolhidas essas 4 fotos, todas elas passam por um processo de manipulação digital para deixá-las com o aspecto de uma pintura em um papel envelhecido, dando aquele ar vintage que a gente espera. O resultado final desse ensaio, a nossa releitura das pin-ups com dança do ventre, você confere logo abaixo. Todo o trabalho de foto e manipulação que resultou nessas artes, são obra do Leo Ferreira.


Lado a lado, original e releitura para você comparar:


 

E é isso, pessoal! Se você leu até aqui, muito obrigada! Espero que você tenha gostado desse post e desse trabalho unindo a estética pin-up com dança do ventre. Se você gostou desse post e dessa ideia, então compartilha para ajudar a difundir a dança oriental com todas as influências culturais, incluindo a cultura pop. Sinta-se à vontade para comentar o que você achou do que viu ou leu aqui, o que você achou desse ensaio, se você gostou da ideia de fazer essa releitura e o que você acha das pin-up girls. Que outros trabalhos a gente poderia fazer usando essa ideia de releitura?

Se tiver interesse em começar as aulas de dança do ventre, acesse a página Aulas do site, ou entre em contato para saber à respeito das turmas, horários e valores.

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